terça-feira, 19 de junho de 2012

12º Capítulo - 13ª Caixinha


A RODA DA FORTUNA, 
UM DIA EM CIMA, OUTRO DIA EMBAIXO

Daqui em diante relatarei fatos que vieram mudar toda  a nossa vida.
Continuamos por alguns anos, vivendo assim, sem acreditar que tudo estava desabando na nossas cabeças.
Fomos a primeira vez para salinas e foi a viagem mais maluca e irresponsável da nossa vida. Mas aproveitamos tudo de bom por lá.
A MÚSICA QUE COLOCO NESTE TEXTO É:
"Valsa de Morelia - Ernesto Coltazar


O vídeo e a música, fala do amor que precisa de cuidados.

Parece que esqueceu completamente que nossa vida era para ser feliz.
Eu adoro viajar para qualquer lugar, basta falar vamos dar uma viagem que logo arrumávamos as malas e partimos onde Deus nos guiasse. Mas as coisas mudam e sempre mudam para onde não queremos ir.
 O jeito é acostumar e aceitar os revezes da vida sem Temperança, tentando dar um equilíbrio na balança que nos apresentam à nossa frente.
Porquê devemos ter muito cuidado e orar pela felicidade de nossa família.
         Tudo vai bem, pensamos que estamos resguardados, oramos pelos nossos filhos e marido, mas Jesus falou: “orai e vigiai”.
         Eu sempre fui uma mãe muito zelosa por minha família, sempre de olho em tudo que acontecia, mas algumas brechas ficam abertas e é nesse momento que o mal se instala. As vezes nem é você, mas pode ser que seu parceiro, seus filhos, os amigos de sua família,  não esteja agindo corretamente como manda os preceitos morais dentro de um casamento. Para isso existe a aliança. Um compromisso que pela lei de Deus deve ser honrada.
Muitas pessoas estão sofrendo por atitudes que facilmente poderiam ser evitadas, posturas diante de determinadas situações que atraem maldições.  Depois do ano de 1994, comecei a me interessar por maldições familiares, minha amiga do prédio onde morava, que tocou nesse assunto e me pediu explicações. Foi ai que me interessei de verdade pelo assunto e comecei a estudar  na Bíblia Sagrada: Deuteronômio e fiquei mais informada sobre o assunto.
Fiz buscas na internet, fui buscar informações na Igreja Católica, na Evangélica e no Espiritismo e notei que os Evangélicos estavam muito bem informados sobre “Maldições familiares”, embora as outras também estudem o assunto mas parece que tem medo de revelar tudo realmente e como evitar essas maldições dentro das famílias.
Comecei meu estudo e fiz ate uma apostila para minha amiga, e dei aulas pra ela que também foi pra Igreja dela e fez palestras sobre o assunto.
A Bíblia afirma que uma vida abençoada é questão de escolha. O senhor nos criou com livre-arbítrio, e cabe a nós decidir que tipo de vida desejamos ter.
Parecia que estava tudo bem na minha família, quando um dia  tudo muda. É como uma estrada, que seguimos em frente. Se conhecemos o caminho está tudo bem, mas se não a conhecemos por onde estamos a percorrer, podemos ter muitas surpresas, tanto boas quanto más. E assim é o caminho da nossa vida. Hoje estamos bem, saudáveis, felizes, fazendo tudo que gostamos e no outro dia acontece algo que vem mudar todo o rumo de nosso caminho.
O comportamento de meu ex-marido não era o mesmo, evitava vir para Goiânia, passava meses sem nos ver e eu sempre que o procurava  nunca o  encontrava, nem no celular, nem no escritório dele em Mineiros.
Um dia chega em Goiânia e fala:
Vamos jantar fora  e dar umas voltinhas por ai. Eu estranhei, isso não era o normal dele. Geralmente chegava cansado, irritado com algo no trabalho e mal me dava atenção.
Ele, chegava em casa, observando se havia algum defeito ou problema para arrumar encrenca. Sempre de mau humor. Telefonando aos amigos da cidade que ele, estava pela área, ou seja, estava disposto a sair com eles, menos comigo, pelo menos era o que entendia. Aceitei o convite com a seguinte atitude, arrumei-me todinha, bem bonitinha, e fomos para um bar perto de casa. Mas logo em seguida saímos desse bar-restaurante, não sei o que ele viu e me levou para outro lugar. Começou a falar coisas estranhas, rodeando demais para chegar onde queria realmente falar comigo. E falou sem interrupção: “Eu tenho uma filha fora do nosso casamento, eu fui amante de fulana, fulana, fulana”, E eu nunca fui fiel à você ! umas cinco mulheres e todas eu as conhecia, por fazerem parte de nosso circulo de amizades.
Eu simplesmente, não falei nada, nem tinha começado a jantar. Levantei-me da mesa, peguei um taxi e fui embora para casa. No dia seguinte (15 de março), eu fiquei achando que tudo  era um grande pesadelo, que ele não tinha falado nada daquilo e passei a manhã calada, sem falar nada, nem com ele, nem com meus filhos, que até então nada perceberam. Nessa mesma manhã, fiquei muito pensativa e so queria me afastar dali, mas sozinha, sem ninguém. Foi então que arrumei uma mochila com alguns pares de roupas e peguei meu carro e fui em direção a estrada de São Paulo. Andei uns 130 km e comecei a mes sentir mal. Foi me dando um medo e logo que vi uma entradinha para minha esquerda, fiz a curva e entrei nesta estrada. Entrei num posto de gasolina e pedi informações sobre um hotel e o frentista falou logo adiante tem um, o melhor da cidade. Chegando lá, fiz minha ficha, fui para o quarto e logo começou uma louca dor de cabeça. Desci do hotel e fui a uma farmácia ao lado do hotel e comprei neozaldina e tomei dois comprimidos.
Dormi ate anoitecer e quando acordei não lembrava de jeito nenhum onde eu estava e o que fazia ali, me  desesperei.  Fui na portaria do hotel e chorando perguntei para moça da recepção,  onde era ali. Ela me olhou estranha e falou, você veio de tarde, logo depois do almoço e pediu um quarto. Um senhor se aproximou de mim e falou. A senhora está com uma jóia muito valiosa na orelha, eu conheço porque sou vendedor de diamantes e acho perigoso a senhora usar isso por aqui. Foi ai que eu pedi ajuda aquele senhor, falei que não sabia porque estava ali. Então ele falou, tenha calma, nos seus documentos a gente vai encontrar algo. Dei meus documentos para ele logo achou o telefone de casa. Foi quando ligou para meu marido e falou o que estava acontecendo.
Umas duas horas depois, eles estavam no local e me levaram para casa, meu filho, estava junto e ficou muito abalado e sem entender o porque de tudo aquilo.
Cheguei em casa dormindo. E no outro dia era como se nada tivesse acontecido. Só estava muito deprimida e um pouco sem entender nada do que realmente estava acontecendo. Hoje sei que é fuga daquilo que não queremos lembrar e nos faz sofrer.
Até então esse dia, tínhamos 17 anos de casamento. Eu considerava que jamais acabaria. Pois, para mim ele era o marido ideal, me dava tudo que eu precisava, bom pai de família, mas um pouco seco tanto comigo como com os filhos. Na verdade nós nos acostumamos assim. Como bom pai e bom marido  tirava um dia do mês, que dizia: “Hoje vamos fazer a compra da felicidade “. Aquilo era festa, e íamos todos juntos a um grande supermercado que no mínimo tínhamos para encher três carrinhos daqueles grandes: balas, chocolates, biscoitos e tudo que para crianças é muito bom. Havia dias que era tudo alegria, e havia dias que tudo era uma grande confusão. Eu sempre dizia amem para tudo que ele planejava. Era como se fosse um grande favor ele pensar por mim. Hoje sei que nossa vida era uma grande INSTABILIDADE EMOCIONAL, dependíamos do tal comportamento bipolar que demonstrava pela mudança de comportamento dele. Os anos se passaram, sempre do mesmo jeito, sem mudanças. Mal nos falávamos. Fui chegando ao ponto de não desejar mais que ele viesse. Porque ficava nervosa, só de saber que no outro dia cedo tínhamos feira para fazer, e isso significava acordar cedo. Na verdade somente fazíamos companhia e tínhamos interesse no pastel dessa feira que ate hoje adoramos.  Fiquei vários anos sofrendo, sentindo medo, ansiedade, depressão, me perdia nas ruas de Goiânia com muita facilidade, aos poucos perdendo todo meu equilíbrio, mental, físico e emocional. Hoje depois de muita atenção de médicos psiquiatras, fiquei sabendo que isso também era um tipo de violência doméstica, sofria com tudo que ele me contou e guardei na memória como se fosse um grande pesadelo.
Ele não passava natal, nem dia de páscoa, nenhum aniversário, sempre arrumando uma desculpa para estar bem longe de casa. Descobri numa conta de telefone,  na cidade dele, com inúmeras ligações para uma pessoa que eu conhecia e acabei descobrindo que eles estavam de caso, a  era amante dele, viúva do amigo dele. Mulher insensata e burra, sempre percebi a inveja dela pela minha família, o que na verdade ela não queria meu marido e sim queria ser a Elcely que ela jamais conseguiria. Eu a conhecia havia 13 anos, quando era casada com um amigo dele e que ficou viúva. Do ano de 1994 para o ano de 2005. Foi tudo desmoronando. Não o respeitava como um ser humano. Pra mim ele deixou de ser aquele homem da minha vida todo certinho e cheio de moral. Comecei a olhá-lo como um animal. "Amor, respeito, equilíbrio, harmonia, cumplicidade, companheirismo, enfim, tudo que um casal almeja para sua família. Enquanto isso meus filhos, passavam pela adolescência, e ficaram uns jovens tristes e principalmente a filha do meio, que foi cada dia se afastando de mim e começando a ter problemas sérios em relação mãe-filha. Mas Deus olhou por nós e nos deu mais essa chance. Meus outros dois filhos, fazendo coisas que eu nem imaginava, mas graças ao bom Deus, nunca se meteram em encrencas que tivessem um ponto final. Fui pra faculdade de 1998 ate 2004, fazendo graduação e pós-graduação. Foi o melhor período que eu tive na vida, depois daquele pesadelo todo.
Não suportando mais tamanha humilhação. Pois sempre que ia para a cidade que ele trabalha, com meus filhos de férias, ele dava um jeito de sair da cidade e sumia sem ninguém saber onde realmente estava, ate que num desses feriados de Pascoa, liguei para a tal mulher e ela atendeu o telefone toda rouca e dizendo que ele estava lá com ela. Era domingo de páscoa, fazíamos nossa festa lá na fazenda, escondendo os ovos para as crianaçs acharem.
Já não tinha prazer em  ir para nossa Fazenda. O que para mim era aguardado com tanta ansiedade, pois adoro o campo e assim eu desestressava um pouco do barulho da cidade.
Nosso casamento indo por águas à baixo. Não tínhamos mais achego um com o outro. Sempre ríspido comigo e grosseiro aos extremos, como marido.
Quando em 13 de maio de 2000, era um sábado, vésperas do dia das mães e Letícia pediu ao pai, que viesse no domingo para Almoçarmos todos juntos.
Ele saiu de da cidade de trabalho e uns quinze quilômetros de viagem, sofreu um grave acidente.
Todo sábado, ate os dias de hoje, tem uma feira da lua na praça Tamandaré. E minha filha menor e eu, fomos nessa feira, estava uma tarde quente e abafada. Falei, minha filha, eu estou me sentindo mal, parece que tem uma angústia no meu peito. Ela falou, eu também nõ estou bem, vamos pra casa, mãe.
Um quarteirão de casa e entramos pela cozinha. E La ficava nossa central de telefones. Minha filha foi direto no aparelho e viu varias chamadas de onde ele vinha. Retornamos as ligações e ficamos sabendo do acidente que sofreu. E logo fomos avisados que ele estava chegando de avião para Goiânia.
Corremos para a clinica que ele iria chegar e chegamos quase juntos no hospital, a tempos de vê-lo dentro da ambulância e falar com ele.
Daí em diante foi direto para a sala de cirurgias, seu acidente foi gravíssimo, quebrou um braço, os punhos, a bacia, algumas costelas, dentes. Foi realmente bastante traumático, tudo aquilo.
Foram meses de tratamento, quase um ano para se recuperar. Precisou ir para São Paulo, pois em Goiânia, queriam lhe amputar o braço esquerdo e  assim foi operado, colocado vários parafusos e com medicamentos e respouso, foi se recuperando.
A única coisa que tenho a certeza, foi a dedicação de meus filhos com o pai.
Foram noites de plantão e cuidados com ele.
Anos depois, fiquei sabendo através de parentes, que a infecção que quase causou a amputação do braço esquerdo, foi a falta de higiene com ele, isto é, que meus filhos e eu não cuidamos da higiene pessoal dele.
Um grande mal entendido e uma monstruosa mentira. Eu entrava dentro do chuveiro com ele e ficava lhe dando banho com todo cuidado e carinho. Jamais descuidei dele e minhas filhas deixaram de freqüentar a faculdade para ficarem especialmente por conta de cuidar dele, quando eu me cansava.
O tempo foi passando e ele se recuperou em um ano.
Sua  recuperação foi muito boa, para quem teve um quadro tão grave de várias fraturas pelo corpo todo.
Mas o mal, já havia se instalado em minha família. Tudo mudou desse dia em diante. Ele mal falava comigo, não vinha tanto em Goiânia, como antes e foi se afastando dos filhos de maneira muito estranha. Na época eu sentia tudo isso, mas não conseguia enxergar porque aquilo acontecia. Fatos estranhos eu escutava, relatos de coisas que nunca aconteceram durante o acidente dele. Ate em roubo da conta pessoal dele, fiquei sabendo que meus filhos faziam. Sendo que nem acesso a conta dele, nem meus filhos e eu,  tínhamos.
A Bíblia afirma que uma vida abençoada é questão de escolha. O Senhor nos criou com livre-arbítrio, e cabe a nós decidir que tipo de vida desejamos ter.
Lembro muito bem, que não seguíamos religião nenhuma. A educação religiosa não fazia parte de nosssa vida.
É claro que eu desejava uma vida abençoada, próspera, mas eu não tinha consciência de que isso era uma escolha que tínhamos de fazer juntos.
E no nosso dia-a-dia, como cristãos, deixamos que o mal nos destruísse, tornamo-nos canal de maldição para nosssa própria família. Embora eu sempre cuidasse da minha vida espiritual, mas ela não era suficiente, quando a sustentamos sozinha, sem o outro lado da balança, é natural que um lado despenque. E foi assim nossa vida, de cima à baixo desmoranando e eu vendo tudo aquilo acontecer e sem nada poder fazer.
Depois que ele se recuperou, continuei com minha faculdade. Me joguei de corpo e alma em cima desse suporte para não cair em depressão, mas que nada, minhas colegas já percebiam minha mudança, até no modo de me expressar, era triste, sem esperanças.
Enquanto isso, a filha menor, se preparava para o vestibular de Fonoaudiologia. Foi aprovada e completou o curso em 2004.
Já desde tempos atrás já namorava o que é hoje seu marido, mas o pai dela nunca entendi, jamais aceitou o namoro deles, que nos causa até os dias de hoje uma grande constrangimento, tanto social como pessoal.
Sempre os achei, lindos e felizes
O tempo foi passando, o namoro se firmando e começaram  os preparativos do casamento. Civíl e católico.
Penso quê:

Se você cometeu erros, há sempre uma nova chance... Você pode recomeçar no momento que quiser, pois o que chamamos de “fracasso” não é a queda, mas o estado de ânimo.
Mary Pickford
Atriz americana (1893 – 1979)

Por Elcely Dourado - do Livro: O Amor Ensina (Para minha Familia )

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