segunda-feira, 18 de abril de 2011

LEMBRANÇAS DE UMA VIDA DISTANTE

BELTERRA, MINÚSCULA E CÉLEBRE DESCONHECIDA


CIª FORD INDUSTRIAL DO BRASIL

ESCOLA HENRY FORD - 1942

       A Segunda Guerra Mundial rugia, produzindo seus horrores!
        Dona Maria, como conhecida, servente da escola, vez por outra, atuava na repressão das crianças mais afoitas, sobretudo na hora do recreio, evitando muitas vezes acidentes dos demais traquinos... Quem não a conhecia ? Em toda a escola ? Não gravou minha memória auditiva o tom, o timbre de sua voz... E de seu labor extenuante !
         Sábado na escola como de praxe a primeira aula - Religião, Frei Tadeu, padre norte - americano, adentra à sala e todos os alunos se levantam e como sempre o sinal da cruz acrescido Ave maria/Pai Nosso, todos diziam... menos eu... que fiquei com a cabeça sobre a carteira. Acordei na sala da diretoria Sra. Zélia, conhecida e temida pela sua autoridade e rigidez. Eu fora acometido de um ataque. Ouvi alguém "prescrever" - algumas gotas de CORAMINA e mais adiante Sra. Zélia, exclamava, dona Maria, leve o douradinho em casa, no trajeto o silêncio foi total...

         Phebus, meu irmão, trabalhava no laboratório, seu chefe Sr. Otávio, tudo lhe ensinou nos emaranhados e micros objetivos do universo dos bacilos e demais similares... O laboratório tinha afetos a si e outras tarefas menos devidas, como a de autopsiar os raros  óbtos ocorridos em Belterra.
         Dona Maria, a servente da escola, faleceu, e a notícia se espalhou em toda a escola que chorou sua morte e o silêncio sepulcral se abateu sobre ela.
         Em casa um zum-zum-zum, aos poucos entendi que o Phebus, meu irmão, estava doente, muito nervoso  e esgotado. Luzia, Ivone e eu nos reverzávamos em balançar sua rede até que ele finalmente adormecesse.
         Mais zum-zum-zum, que ao ser autopsiado o corpo de dona maria, os cortes iniciais do corpo teriam emitido um som (tipo um arrôto)  e os músuclos faciais teriam se mexido, o que nqturalmente teria abalado o Phebus, meu irmão, nunc confirmei isso com ele em princípio para não relembrá-lo e depois não sei explicar.
          Na época também ouvi explicações: morte acontecida sob dor aguda, contraem os músculos faciais e quando o corpo esfria volta  rigidez cadavérica o que é muito comum que estes descontraiam e se  mexem  esboçando algo como se fosse um  sorriso e para cerrar o sobrancenho em atitude carrancuda. É necessário mover 33 múscculos e ao contrário, para sorrir apenas 22 e bem humoradamente concluí: ao menos por economia... sorria!
           Phebus foi para Santarém onde passou alguns meses em uma fazenda e retornou  à Belterra bem disposto, mas sempre notei um tanto inquieto e nervoso.
           O meu ataque tinha liames de ordem espiritual, só muito mais tarde descobri graças ao Phebus e o Sr. Bezerra que imagino que chegastes a conhecer. Omiti alguns detalhes para condensar este artigo.

Nota: Estes escritos foram elaborados pelo meu tio Mario Dourado, irmão de meu Pai Phebus Dourado.
Uma colaboração ao blog: O Amor Ensina !
Tenho certeza que ele vai continuar com sua colaboração pra conhecermos  a história da Famíla de Maria Madalena Dourado e João Mendes Dourado.

Seringal de Belterra



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