sábado, 29 de outubro de 2011

ESQUECI DE FECHAR A PORTA...



Foi-se os tempos em que poderíamos sair de casa sem se preocupar em trancar a porta.
A gente se cobra tanto que esquecemos de trancar a porta. Deveriam nos pressionar menos. Viver mais sem se preocupar com um ladrão que aproveita desse descuido para roubar nossos pertences.
Ingenuidade pura e paguei um preço tão alto, fiquei sem meu objeto de trabalho e necessário para completar minha obra literária, já iniciada com 120 páginas.
Tão simples. Extraviei a ingenuidade e não coloquei nada em seu lugar. Talvez minha ingenuidade fosse dormir muito e não levantar quando minha cachorrinha latiu muito ao sentir o cheiro de gente estranha na casa.
O cotidiano poderia ser mais líquido, menos temeroso. 
Permanecer de bobeira, ingenuamente de bobeira. Não estocar, não se guardar, não se esconder, não esperar o pior, não xingar. Compreender que o outro pode estar falando a verdade, mesmo que a verdade não seja o que gostaríamos de ouvir. 
Há, mas também que esse ladrão de coisas alheias, se surpreenda, porque seu produto de roubo para ele não deve valer um tostão, devido o defeito que continha, só custaria 500,00 reais para consertar mas para ele vender não dariam 10,00, kakakak, bem feito ladrão.

Sendo que para mim, a obra que continha dentro dele valeu minha vida de 59 anos de história real e agora tenho de refazê-la e pode ter a certeza que será bem mais e realmente escrita.


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