quarta-feira, 8 de junho de 2011

ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS

Amor e dor

Eu sou a a do meio (Larissa)
No meu primeiro dia de aula, você não segurou na minha mão.
Quando cai de bicicleta, você não beijou meu machucado e nem me prometeu que antes de casar sarava.
Quando me senti diferente por ter uma doença atípica, você não me disse que o importante era que pra você, eu era especial.
Quando tive medo, você não acendeu a luz e disse que foi só um pesadelo.
Quando senti solidão, você não disse que me amava.
Na minha festa de 15 anos, você estava do outro lado do país e não dançamos a valsa dos pais.
Quando passei no vestibular, não ouvi de você: “parabéns”, mas sim que eu tinha cumprido minha obrigação.
Quando me formei, não havia ninguém conhecido na platéia.
Quando dei a luz, você estava a 500 km.


Quando me separei, me senti órfã...
Talvez esse não seja o momento mais oportuno pra escrever sobre isso, mas nunca sabemos o momento ou a hora adequada, com tantos latrocínios, doenças fulminantes e inesperadas, amanhã pode ser tarde demais, então fica aqui um pedido:
Se ainda há tempo pra tudo isso, pai, não espere meu velório para pegar na minha mão, me beijar, dizer que me ama e que para você eu era especial.
Da filha que sempre te amou e para quem você sempre será especial.

P.S. Não mandei isso pro meu pai, e provavelmente ele nunca chegue a ler, talvez porque eu acredite que já é tarde demais, ou não...mas já foi bom conseguir falar sobre isso, e já que o blog se chama “O amor ensina”, que cada leitor tire sua própria lição.

Nota: Este texto foi escrito por minha filha "Larissa", uma colaboradora do Blog (O AMOR ENSINA).

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