sábado, 19 de fevereiro de 2011

SAUDADES

SAUDADES DA AMIGA DISTANTE
Tua saudade está retratada num simples guardanapo de boca, pequeno bilhete escrito às pressas a bordo de um avião. Rota: Belém-Santarém/Pará.
Chegou em minhas mãos, pelas mãos de outra amiga, hoje comadre (Cleusa Brandão). O que consta no bilhete? poucas palavras, mas o suficiente para tornar bem claro, a importância de nossa amizade ____1968 ______1997, foram 29 anos que a distãncia não permitiu rastros de esquecimento.
Nossos encontros, embora raros, regados de risadas gostosas, por lembranças da adolescência ! Bobagens, claro... mas.... importantes para não serem esquecidas jamais !
25 de março de 1997, passaram-se 32 dias que partistes amiga Esmeralda.
E quando miro tua face em minha memória, vejo um rosto marcado de cicatrizes que o tempo não perdoa e a ninguém poupa.
Tua saudade está nos lábios...
Ouvi tua voz ao telefone, uma voz embargada , cansada de tanto desencanto, a ausência de energia na voz monótona, mostra, ao contrário do que falas.
Sentí que partias, para um lugar que hoje desconheço.
A saudade aumenta a medida que caminho na vida, tua saudade está nas pequeninas lembranças que carrego comigo, amizade que acalento para sempre, na bagagem da vida.
A memória, amiga Esmeralda, traz depressão e ausência de voz, porque somente o silêncio, respeita a dor de te perder na vida.
A depressão, faz-me alvo fácil nos revezes de nossas vidas.
E eu amiga Esmeralda,
não ouso falar-te mais da face negra e sobria, da solidão que devora e exaspera...
Prefiro que coloques na vitrola aquelas músicas do Lennon, HEY JUDE...
Recorda-te-ei com saudades,
e unidas como duas meninas, velhas cúmplices, falar-te-ei mais um pouquinho de minha pessoa, falarás algo mais de ti.
E quando o sol, mostrar-me o caminho para mais um dia de luta que começa no calendário da rotina inesgotável do tempo.
Lembrar-te-ei, amiga Esmeralda: o som de sua gargalhada diária, ela soa como música suave aos meus ouvidos.
E na caminhada, pelas calçadas da velha Praça de São Sebastião, que parece não ter fim...
Faça sua viagem cósmica.
Na casa do silêncio, visualizo teu riso e adormece, triste, a minha voz !!!
Lembra-te de mim,
Da amiga,
Elcely
Nota: este texto, foi escrito por mim, Elcely, num momento de muita dor, pela perda de minha amiga Esmeralda Simões Grott
Hoje : Goiânia, 19 de fevereiro de 2011, foi lançado no meu blog

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