quarta-feira, 6 de julho de 2011

O homem que aluga estrelas


O homem que aluga estrelas
Luiz de Aquino 


Eu tenho estrelas. Muitas. 
Não, não sou dono de todas 
as que limitam o teto da noite, não.


Sou rico, minha senhora! 
Sou dono apenas das cintilantes luzes
que realizam desejos.


Não são minhas meras luzes 
de clarear partículas de infinito 
ou de orientar navegantes.


Pertencem-me as moradas da magia, 
dormitórios de oráculos e duendes 
e de fadas altivas e simples.


Minhas estrelas não existem
para formar constelações, apenas: elas 
têm sintonia com corações sonhadores,

ansiosos e crentes, pois só mesmo
a estes é dado o dom de sonhar desejos
e fazê-los acontecer.

Por isso, Senhora bela e amada, 
rainha de cetro e de sonhos, 
aguarda a tua estrela: já se anuncia.

Demora que se mostre, porque é cedo 
e cedo-te de gosto e prazer
a estrela que te cabe e é certa.

Ah! Ei-la! Ali, à margem da nuvem 
que se abre no céu É tua, essa!
Habita-a e te apossa dela.


Em dias próximos terás por real 
o que é ainda sonho. Falta-me a paga, 
que recebo adiantado.

E assim que me vir premiado 
em moeda de fala e poesia, liberarei a luz 
que te trará venturas.
Depois, e quando de regozijo e feliz 
puderes deixar minha estrela... É fácil.
Deixa-a no céu. Saberei recolhê-la.


Fonte: Do livro: "Poemas de Amor e Terra". 

Editora da UCG, 2007
Nota: Este poema, foi-me enviado pelo Poeta: Luiz de Aquino Alves Neto, amigo e colaborador do site: O Amor Ensina !
Meus agradecimentos: Elcely Dourado

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